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29.11.11

“Senhor, obrigado por eu poder conseguir suicidar!”

 Definitivamente, nunca queremos passar pela trágica experiência de carregar a culpa de tirar a vida de um ente querido devido intenso sofrimento e desejo de morrer por parte dessa vítima. Alguns filmes retratam essa realidade. Um médico australiano foi preso (semana passada) por ter “aliviado” o sofrimento da sua própria mãe que, incansavelmente, o implorava para morrer devido um câncer terminal.

Numa entrevista que ouvi da Rádio Globo em 1988, ao qual o entrevistado era nada menos que o saudoso Raul Seixas, ele dizia: “Não podemos nada neste país. O único direito que ainda não foi negado é o direito que o cidadão brasileiro tem de retirar a sua própria vida. E isto é por enquanto! Mesmo porque, quando eles souberem da nossa morte, já morremos e não podemos pagar por isso”.
Eu não condenaria aquele jovem que, movido pelo apelo do próprio irmão aceitou sua proposta de dar cabo na vida do tetraplégico. Somente quem passa por esse sofrimento é que sabe o que é um familiar amado, gozando saúde, cair na desgraça e ficar condenado à uma cama. Sem ao menos poder se mexer e depender das pessoas até p/ respirar. Eu não sei o que significa todo esse martírio, pois, eu nunca passei por isso. Apenas imagino.
Ao invés de abrirem discussões com o objetivo de avaliarem quem errou, por que não procurem ajudar esse rapaz e sua família? É legível o sofrimento desse garoto. Ele precisa urgente de um psicólogo. Ele carrega o peso da hipocresia da grande maioria dos falsos julgadores e falsos cristãos. Eu me criei dentro de uma favela e cansei de assistir cenas de alguns evangélicos defenderem seus filhos bandidos e condenarem outras pessoas por lerem a bíblia despidos das suas camisas.
O que realmente quero-me referir, é que: Quando a coisa é com a gente temos outra visão. Se esse pobre rapaz que morreu fosse um dos nossos irmãos, com certeza estaríamos ao lado do rapaz que o matou, porque haveríamos de entendê-los; tanto a vítima quanto seu algoz.
Roberto Rodrigues de Oliveira não é um assassino. Ele apenas não agüentava mais o sofrimento de seu amado irmão, Geraldo Rodrigues de Oliveira, que à todo instante implorava para sua família que queria descanso. Geraldo pedia ao pai, ao irmão e ao seu próprio sobrinho menor de idade que precisava morrer, pois, a vida já não fazia mais sentido. Mesmo porque; ele mesmo não podia suicidar-se. Por um motivo óbvio: Geraldo era tetraplégico. Para quem não sabe o que é ser tetraplégico, significa que não há movimentos suficientes nem para apertar um gatilho contra sua própria cabeça.




Obrigado, querido internauta!

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